"PAPEL DA FLUIDEZ DA MEMBRANA PLASMÁTICA NA RESISTÊNCIA À PRESSÃO HIDROSTÁTICA EM LEVEDURA SACCHAROMYCES CEREVISIAE".

Nome: JESSICA MARTINS DE FREITAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/08/2009
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO ALBERTO RIBEIRO FERNANDES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CRISTINA BICHARRA GARCIA Examinador Interno
ANTONIO ALBERTO RIBEIRO FERNANDES Orientador
FERNANDO ARARIPE GONÇALVES TORRES Examinador Externo
PATRICIA MACHADO BUENO FERNANDES (M/D) Coorientador

Resumo: A levedura Saccharomyces cerevisiae tem sido utilizada como modelo para estudos de resposta ao estresse em células eucariotas. Nesse trabalho procuramos analisar os efeitos da alta pressão hidrostática (HHP) sobre a membrana de S. cerevisiae. HHP exerce um amplo efeito característico de estresses comuns sobre as células de levedura, principalmente associado com a alteração de proteínas e transição de fase da bicamada lipídica. A pressão hidrostática representa uma interessante forma de estresse, cujo estudo em levedura pode elucidar o papel desse tipo de estresse em outros organismos. A HHP, entre outros efeitos, interfere na estrutura da membrana celular, aumentando a ordem das moléculas de lipídeos e levando ao decréscimo da fluidez da membrana. A adaptação à HHP requer, em geral, um aumento da fluidez de membrana adquirida através da proporção dos ácidos graxos insaturados da mesma. Diferentemente dos demais fungos, os ácidos graxos insaturados predominantes em S. cerevisiae são os ácidos palmitoleico (C16:1) e oleico (C18:1). Neste trabalho células de levedura S. cerevisiae deletadas no gene OLE1, portanto desaturase deficientes, foram crescidas em meio rico suplementado com ácidos graxos de diferentes tamanhos e número de insaturações e submetidas a pressões de até 200 MPa por 30 min. Os experimentos foram realizados com o objetivo de verificar a sobrevivência celular, a peroxidação lipídica e a permeabilidade da membrana das células submetidas à HHP. As células de levedura suplementadas somente com ácido palmitoleico demonstraram claramente ser mais sensíveis às diferentes pressões quando comparadas com as células suplementadas somente com ácido oleico ou com uma proporção dos dois ácidos. Por outro lado, as células de levedura crescidas com ácido linoleico (C18:2) e ácido linolênico (C18:3) foram mais resistentes à pressão do que as células tratadas com ácido oleico (C18:1). O crescimento das células com o ácido linolênico levou a uma maior resistência à pressão, porém, mostrou altos níveis de peroxidação lipídica em comparação com as células suplementadas com os outros ácidos graxos. Além disso, S. cerevisiae mutantes, deletadas no gene OLE1, foram crescidas em meio rico com 1 mM de ácido oleico e tratadas com trealose antes de serem submetidas à pressão. A adição do dissacarídeo trealose previamente ao tratamento com a pressão hidrostática aumenta a tolerância das células à pressão. Contudo, se a trealose for adicionada imediatamente antes da pressurização, retendo o dissacarídeo somente na parte externa da membrana, as células se tornam mais sensíveis à pressão quando comparadas com células incubadas em meio rico com trealose por 1 h ou lavadas após a incubação e submetidas ao tratamento com HHP, como resultado tendo trealose intra e extracelularmente ou somente intracelularmente, respectivamente. Finalmente, a análise da permeabilidade da membrana através da citometria de fluxo indicou que as células tratadas com ácido palmitoleico são menos resistentes ao tratamento com a pressão devido à sua maior permeabilidade da membrana. Portanto, a composição de ácidos graxos e de trealose podem desempenhar um papel protetor importante nas membranas celulares contra o dano oxidativo causado pela HHP, confirmando que a alteração na fluidez da membrana celular está diretamente correlacionada com a resistência a pressão em levedura.
Palavras-chave: Saccharomyces cerevisiae, estresse, ácidos graxos, trealose.

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